A felicidade é efeito colateral de um propósito. E quando estamos felizes, sabemos que produzimos mais. Por isso, quando o assunto é produtividade pessoal, grande parte das metodologias prega um alinhamento das ações com nossos objetivos de longo prazo, para sabermos se o que estamos fazendo está nos levando para o caminho que escolhemos. Entender o significado das nossas ações é um motivador muito poderoso.
Na metodologia GTD, por exemplo, esse alinhamento é alcançado por meio de um modelo de seis níveis, que determina os alicerces da nossa vida para dar clareza das prioridades que devem influenciar nossas decisões. É um modelo hierárquico de prioridades em que cada nível deve estar alinhado com os superiores: ações, projetos, áreas de foco, metas, visão e, por fim, propósito.
Quando se trata de organizações, os resultados de um estudo da Harvard Business School mostram que o propósito da organização é um fator que está ganhando importância. Cada vez mais pessoas, independentemente da geração, escolhem empregos que permitam que elas se conectem com o seu propósito pessoal. Esse mesmo estudo aponta que 85% das empresas orientadas por um propósito conseguiram um crescimento positivo, enquanto houve queda em 42% das empresas sem propósito evidente.
E como conectar nosso trabalho com os propósitos de uma organização? Estamos acostumados com uma estratégia baseada em metas, onde alguém com posição superior define quais marcos devemos alcançar e somos avaliados e recompensados a partir dos resultados obtidos. Mas como constata John Doerr, em “Avalie o Que Importa” (Alta Books): “Os colaboradores precisam de mais do que marcos para motivação. Eles estão sedentos por significado, por entender como seus objetivos relacionam com a missão da empresa”.
O modelo de Objetivos e Resultados-Chave (OKR) oferece uma alternativa. Trata-se de uma ferramenta simples para criar ações específicas e mensuráveis, comunicando e monitorando o progresso em direção a elas. Em linhas gerais, os objetivos são curtos e inspiradores, criam clareza e definem a direção da organização.
Para que o sistema funcione, os OKRs devem ser públicos e definidos em todos os níveis – idealmente cada colaborador estabelece seus próprios objetivos e resultados-chave, alinhados com os objetivos dos níveis superiores. A partir deles são criados os projetos e ações, constituindo um modelo hierárquico muito próximo do que oferece o GTD.
A transparência e o alinhamento dos OKRs trazem significado para as nossas ações, assim sabemos que o nosso esforço está sendo importante para alcançar o propósito da própria organização. Essa conexão também nos ajuda a construir resiliência e sermos persistentes. Se o nosso propósito profissional está em equilíbrio com nosso propósito pessoal, damos um significado melhor para as nossas segundas-feiras.