O Hyper-threading (HT) é uma tecnologia da Intel introduzida nos processadores Xeon em 2002 que permite que um núcleo do processador execute mais de uma thread de uma única vez.
O Hyper-threading simula dois processadores lógicos em um único núcleo de processador físico. Recursos do processador físico como cache de memória, unidade lógica e aritmética, barramentos, são compartilhados entre os processadores lógicos. Naturalmente, os processadores lógicos competem por estes recursos e ficam aguardando se as unidades desejadas já estiverem sendo usadas.
Apesar de simular dois processadores lógicos, o Hyper-threading não oferece o dobro de desempenho como um núcleo físico. Segundo a Intel, o aumento de desempenho é de até 30%, dependendo da configuração do sistema. Os ganhos são mais expressivos em ambientes multitarefa.
O kernel Linux enxerga o processador lógico, correspondente a thread adicional do Hyper-threading, como um núcleo tradicional. Por exemplo, um processador com 6 núcleos e Hyper-threading habilitado totaliza 12 núcleos.
O problema é que as ferramentas padrões de monitoramento das distribuições Linux (top, mpstat, vmstat, etc) consideram que todos os processadores têm o mesmo desempenho e não refletem os efeitos colaterais do compartilhamento de recursos do Hyper-threading.
Supondo que 6 processos single-thread estejam em execução neste sistema, considerando que cada um utilize 100% de um núcleo do processador, as ferramentas de monitoramento irão mostrar o total de utilização de processamento em 50%. Entretanto, como sabemos que as threads não oferecem desempenho similar aos dos núcleos, este percentual está incorreto.
Não há uma maneira simples de resolver este problema. Outros sistemas operacionais, como o AIX, calcula o percentual total fazendo aproximações com base no desempenho estimado de cada thread. Especificamente no Linux é importante não tratar os valores de processamento de forma isolada quando estiver realizando o monitoramento e estabelecer um threshold para o percentual total abaixo de 70%.
Referências: